São Tomás de Aquino
Os bons efeitos da oração:
Notemos que a oração produz três espécies de bens. Primeiramente, constitui um remédio eficaz contra todos os males. Livra-nos dos pecados cometidos: “Remistes, Senhor, a iniquidade de meu pecado, diz o Salmista (Sl 31,5-6) por isso todo homem santo dirigirá a Vós sua prece”.
Assim pediu o ladrão sobre a cruz e obteve seu perdão, pois Jesus lhe respondeu: “Em verdade vos digo, hoje mesmo estareis comigo no paraíso” (Lc 23,43). Do mesmo modo rezou o publicano e voltou para casa justificado (cf. Lc 18,14).
A oração nos liberta do medo dos pecados que virão, das tribulações e da tristeza. “Alguém está triste entre vós? Reze com a alma tranquila” (Tg 5,3).
A oração nos livra das perseguições dos inimigos. Está escrito no Salmo 108, 4: “Em resposta ao meu afeto me fizeram mal; eu, porém, orava.”
Em segundo lugar, a oração é um meio útil e eficaz para a realização de todos os nossos desejos. “Tudo o que pedirdes na oração, diz Jesus, crede, recebereis” (Mc 11,24).
Se não somos atendidos, será porque — ou não pedimos com insistência: é preciso rezar sem descanso (Lc 18, 1) — ou então não pedimos o que é mais útil à nossa salvação.
“O Senhor é bom, diz Santo Agostinho, muitas vezes não nos concede o que queremos, para nos dar os bens que desejaríamos receber, se nossa vontade estivesse bem de acordo com a sua divina vontade“.
São Paulo é exemplo disso, pois, por três vezes, pediu para ficar livre de um forte sofrimento em sua carne e não foi atendido (cf. II Cor 12,8).
Em terceiro lugar a oração é útil, porque nos torna familiares de Deus. Que minha oração suba até vós, como a fumaça do incenso, diz o Salmista (Sl 140, 2).
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Fonte: extraído do livro “O Pai Nosso e a Ave Maria – Sermões de S. Tomás de Aquino” .
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