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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

HISTÓRIA DA IGREJA:

 Conversão de São Paulo (Parte I):


São Paulo, Praça de São Pedro no Vaticano
Plinio Maria Solimeo
De nenhum dos grandes santos penitentes a Igreja celebra a conversão como a de São Paulo. E uma das razões é a excelência de toda s as virtudes que Nosso Senhor comunicou-lhe.
Um dos maiores santos do firmamento católico,
São Paulo…
Nos diz que era judeu, nascido na “ilustre” Tarso, na Cilícia, Ásia (At 21, 39), de pai cidadão romano (At 22, 26-28), de uma família na qual a pureza de consciência era hereditária (II Tim, 1, 3), muito apegada às tradições e observâncias dos fariseus (Fil. 3, 5-6).
Como pertencia à tribo de Benjamim, foi-lhe dado o nome de Saul (Saulo), muito comum nessa tribo em memória do primeiro rei dos judeus.
Como todo judeu respeitável tinha que ensinar a seu filho uma profissão, o jovem Saulo aprendeu a tecer os fios dos quais eram feitas as tendas e a confeccioná-las, o que lhe seria de muita utilidade no futuro. Ainda muito jovem foi enviado a Jerusalém para receber educação na escola de Gamaliel.
Ao contrário do que muitos imaginam, o grande São Paulo era de pequena estatura, calvo, de fraca voz e má saúde. Por isso, não impressionava à primeira vista.
Entretanto, a alma que movia esse corpo frágil era toda de fogo, e praticamente não encontra paralelo não só nos primeiros tempos do Cristianismo, mas em toda sua história.
De perseguidor a Apóstolo de Cristo
Formado na tradição dos fariseus, que exageravam o cumprimento das exterioridades da lei, seu fanatismo ardente, que nada podia moderar, iria se chocar contra o Cristianismo nascente.
A doutrina deste, dotada de força e vida, ameaçava tudo conquistar para Cristo, o que preocupava muito a Saulo.
Diante dessa marcha conquistadora, ele não hesitava em opor-se com todas suas forças e até pela violência, conforme narram os Atos dos Apóstolos (9, 1-2):
“Respirando ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, apresentou-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de levar presos a Jerusalém quantos achasse desta doutrina, homens e mulheres”. 
A isso comenta São João Crisóstomo: 
“Que males não havia feito? Havia enchido de sangue Jerusalém, matado os fiéis, afligido a Igreja, perseguido os Apóstolos, apedrejado Estêvão, e não perdoando a homem nem mulher, porque não se contentava com levá-los aos tribunais e acusá-los ante os juízes, senão que os buscava em suas casas, tirando-os delas; e, como uma fera, os arrebatava”.(1)
“Saulo, Saulo, por que me persegues?”
Entretanto, no caminho de Damasco o Senhor o esperava. “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Ele caiu do cavalo diante da fulgurante luz. 
“Coisa maravilhosa é considerar que, tendo sido toda a vida de Cristo, nosso Redentor, semeada de trabalhos, perseguições e penas, e sua sagrada paixão cheia de tantas e tão inexprimíveis afrontas e tormentos, nunca o Senhor se queixou nem abriu a boca para dizer: ‘Por que me persegues?’…
E agora, com voz portentosa e sonora, diz a Saulo: ‘Por que me persegues?’. Como podia Saulo perseguir a Vós, Senhor, sendo ele um pouco de pó, e vós o Rei da glória, estando ele na Terra e vós no Céu?
Mas, porque Saulo perseguia os membros de Cristo, nossa cabeça, Ele tomava por próprias as injúrias que contra seus membros se faziam”.(2)
“Senhor, que quereis que eu faça?” Era a coerência falando. Se Aquele que lhe aparecia era opróprio Cristo, Filho de Deus, Saulo deveria, em vez de perseguir seus discípulos, entregar-se inteiramente e de vez a seu serviço.
Os teólogos asseguram que uma conversão é obra mais maravilhosa que a ressurreição dos mortos.
Assim, a conversão de São Paulo constituiu fato maior e mais notável que a ressurreição de Lázaro, encerrado havia quatro dias no sepulcro, e já cheirando mal.
Para Santo Agostinho, se a ressurreição de um morto e a conversão de um pecador são obras de igual poder, a conversão é obra de maior misericórdia. Se isso se pode dizer de qualquer conversão, mais se pode dizer da de São Paulo. 
“Com efeito, se todas as outras são milagrosas, estando elevadas acima da ordem da natureza, esta o é na mesma ordem da graça, sendo como um milagre estabelecido sobre outros milagres. O que parecerá evidente, tanto se se consideram os efeitos que produziu, quanto os grandes frutos que a Igreja dela tirou”.(3)
Realmente, vemos nessa conversão uma circunstância inteiramente milagrosa, pois é milagre na ordem da graça que uma alma tão carregada de pecados, e com disposições totalmente contrárias a ela, se converta assim inopinadamente, sem ter sido preparada antes por atos opostos a esses maus hábitos e a essas disposições perniciosas.
A conversão de São Paulo foi também um “prodigioso acontecimento, de incalculável importância, sem o qual todo o futuro do Cristianismo teria mudado de feição. [...]
A transformação foi nele radical e completa. O que havia odiado, passa, da noite para o dia, a adorar; e a causa que combateu com toda a violência vai, igualmente com toda a violência, servi-la de futuro. Num segundo, e na pista do deserto, Deus vencera o adversário e o ligara a Si, para todo o sempre”.(4)
(Continua…)
___________
Notas:
1. In Pedro de Ribadaneira, S.J., Flos Sanctorum, apud Dr. Eduardo Maria Vilarrasa, La Leyenda de Oro, L. González y Compañia – Editores, Barcelona, 1896, t. I, p. 258.
2. Id. Ib., p. 259.
3. Les Petits Bollandistes, Vies des Saints, Bloud et Barral, Libraires-Éditeurs, Paris, 1882, tomo I, p. 600.
4. Daniel Rops, São Paulo, o Conquistador de Cristo, Livraria Tavares Martins, Porto, 1952, pp. 53,54,59.

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