Você quer paz para seu coração? Esse simples gesto lhe dará isso e muito mais.
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Pe. José Cassimiro Sobrinho*
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No batismo, o sacerdote nos marcou com o sinal da cruz. Foi logo no início, depois do acolhimento. Os pais e padrinhos disseram estar conscientes do dever de nos educar na fé católica e prometeram ajudar-nos, com a palavra e com o exemplo.
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Mas, o que é o sinal da cruz? Por que devemos fazê-lo? Quando e como realizá-lo?
O sinal da cruz, conforme ensina o catecismo, é o sinal do cristão. Lembra-nos o grande amor de Deus para conosco. Deus nos amou tanto que deu seu filho para nos salvar.
Lembra-nos, também, o nosso amor para com Deus e para com o próximo.
A cruz é formada de duas partes: uma vertical e outra horizontal.
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A vertical nos orienta para o céu: é o nosso amor para com Deus. A horizontal se volta para os que estão ao nosso lado: é o amor para com o próximo, aquele que está mais perto de nós.
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Os dois amores se entrelaçam um no outro, como as duas hastes da cruz. Um não pode existir sem o outro. Não existe o pedestal da cruz sem os braços e nem os braços sem o pedestal.
Os dois se completam. Não se pode amar a Deus sem amar o próximo e nem se pode amar o próximo sem o amor a Deus.
Amar o próximo sem amar a Deus é mera filantropia. Amar a Deus sem amar o próximo é algo vazio e abstrato.
O próprio evangelho afirma: quem diz amar a Deus e não ama seu irmão é um mentiroso (1 Jo 4, 2 0-21) .
Fazemos o sinal da cruz na testa para que Deus coloque em nossa mente pensamentos bons, nobres, verdadeiros e justos.
Agimos de acordo com aquilo que pensamos. São as idéias que movem o mundo. Daí, a necessidade de termos idéias nobres e uma mente arejada.
Outrossim, fazemos este sinal, na testa, para retirar os maus pensamentos. As maquinações perversas. Os maus intentos. As falsas ilusões. Para despoluir a mente.
Fazer que ela se torne serena, equilibrada e transparente. Arquitetar raciocínios retos e proveitosos. Fazemos o sinal da cruz na boca para que Deus purifique nossos lábios como purificou os de Isaías (Is 6, 1-7).
Assim, poderemos cantar seus louvores e anunciar sua santa palavra.
Dar conselhos sábios e dizer aquilo que é da vontade de Deus, na hora certa, no momento adequado e com palavras apropriadas.
Possamos destilar de nossos lábios canções e sorrisos que alegrem o coração das pessoas que nos cercam.
Pedimos, também, que o Senhor não nos permita dizer palavras más, ofensivas, injuriosas. Não pronunciar o nome de Deus em vão, nem dizer imprecações contra o céu.
Fazemos o sinal da cruz no peito, pedindo a Deus colocar em nosso coração o amor puro e verdadeiro. Aquele que brota do coração de Deus e se confunde com Deus (1 Jo 4, 7-9).
Que não nos deixe confundir amor com sentimentalismo ou paixão desordenada. Isso é caricatura de amor.
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Suplicamos, ainda, que tire de nosso interior, todo desejo de ganância, de avareza e de apego excessivo aos bens materiais.
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Dê-nos um coração sensível, terno, cheio de compaixão e de misericórdia. Semelhante ao coração manso e humilde de Jesus (Mt 11, 28-30).
Para isso, precisamos fazer o sinal da cruz, sempre. Frequentemente. Várias vezes no dia, sobretudo, ao se levantar e ao se deitar. No início e no final do dia, para que a graça de Deus nos acompanhe, em todas as nossas ações.
Antes e depois das refeições, no começo e no término dos nossos trabalhos, nas tentações e nas dificuldades, fazemos o sinal da cruz, na sua forma mais abreviada (em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém);
Invocando as três pessoas divinas, louvando, agradecendo e pedindo os auxílios de que tanto necessitamos.
E tudo, com muito respeito, sem pressa e sem distração. Pensando nas palavras que pronunciamos e nos gestos que fazemos. É ao Deus uno e trino que nos dirigimos.
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Possam estas reflexões, ajudar-nos a entender melhor o significado do Sinal da Cruz, sua finalidade e a maneira correta de realizá-lo ao longo do dia.
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Esta breve oração tornar-se-á agradável a Deus e muito valiosa para quem a realiza de maneira correta e atenciosa. Será um sinal luminoso do nosso amor a Deus e ao próximo.
*Capelão do Mosteiro Mãe de Deus, em Viçosa. Vigário Paroquial da Paróquia de Santa Rita. Doutor em Direito Canônico
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