No Céu, a fé e a esperança não existirão mais;
porquanto as névoas que nos obscurecem a razão serão dissipadas.
O nosso espírito terá a inteligência das coisas que lhe são ocultas neste mundo.
Não esperaremos mais nada, visto que teremos tudo.
Ninguém espera adquirir um tesouro que possui… Mas o amor! Oh! Seremos inebriados dele, seremos afogados, perdidos nesse oceano de amor divino, aniquilados nessa imensa caridade do Coração de Jesus!…
Por isto a caridade é um antegozo do Céu. Se soubéssemos compreendê-la, senti-la, saboreá-la, oh!
Como seríamos felizes! O que faz que sejamos infelizes é não amarmos a Deus.
Quando dizemos: “Meu Deus, creio! Creio firmemente, isto é, sem a menor dúvida, sem a menor hesitação…”
Oh! Se nos compenetrássemos destas palavras:
“Creio firmemente que estais presente em toda parte, que me vedes, que estou debaixo dos Vossos olhos, que um dia Vos verei claramente eu próprio, que gozarei de todos os bens que me haveis prometido!..
Meu Deus, espero que me recompenseis de tudo o que eu tiver feito para Vos agradar! Meu Deus, eu Vos amo! Tenho um coração para
vos amar!…”
vos amar!…”
Oh! Como este ato de fé, que é também um ato de amor, bastaria para tudo!…
Se compreendes a ventura que temos de poder amar a Deus, ficaríamos imóveis no êxtase…
Se um príncipe, um imperador, fizesse comparecer perante si um de seus súditos e lhe dissesse:
“Quero fazer a tua felicidade; fica comigo, goza de todos os meus bens; mas cuida de não me desagradares em tudo o que for justo”; que cuidado, que ardor esse súdito não poria em satisfazer o seu príncipe!
Pois bem! Deus faz-nos os mesmos oferecimentos… e nós não nos preocupamos com a Sua amizade; não fazemos nenhum caso das Suas promessas… Que pena!
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Fonte: retirado do livro “Espírito do Cura D’Ars” de Abbé A. Monnin.
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