Será que os tempos mudaram?
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Imaginemos um teólogo em cujo espírito germinasse
Imaginemos um teólogo em cujo espírito germinasse
ideia nova…
…Sobre uma doutrina já consagrada e sempre ensinada na Igreja Católica,
qual seja a da existência do inferno e de sua eternidade.
Era de se supor que ele bem poderia colocar em risco seu futuro e cair no
ostracismo.
Em não longínquo passado o ex-frei Leonardo Boff;
Foi condenado pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé e reduzido
ao silêncio por defender erros teológicos.
Ele voltou a ensinar o erro ao afirmar, a respeito de um poeta pernambucano
prestes a morrer, que Deus não condena ninguém para sempre.
Ora, a fé nos assegura que o fogo do inferno e
os tormentos dos condenados são eternos.
Não se trata de opiniões controvertidas entre os
teólogos e estudiosos.
teólogos e estudiosos.
A eternidade do inferno é uma verdade de fé que nenhuma autoridade pode
mudar — nem sequer o Papa;
Pois está expressa nas próprias Sagradas Escrituras, tanto no Antigo quanto
no Novo Testamento.
As Escrituras opõem-se à ideia de que o inferno não seja eterno ao afirmar:
“Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno” (Mt 25, 41).
De onde se segue que, se o fogo é eterno,
também o é o
suplício do condenado.
Não haveria razão para Deus ter criado um fogo
eterno se
eterno se
não fosse para castigar eternamente os condenados.
Em outro lugar nas Escrituras pode-se ler: “Irão estes para o fogo eterno”
(idem 46).
“Ir para a geena, para o fogo inextinguível, onde o seu verme não morre e
o fogo não se apaga” (Mc 9, 43a 44).
No Apocalipse 14, 11 está escrito:
“A fumaça dos seus tormentos subirá pelos séculos dos séculos.
Não terão descanso algum, nem de dia nem de noite, esses que adoram a
besta e a sua imagem, e todo aquele que acaso tenha recebido o sinal do
seu nome”.
Uma pena que não fosse eterna — e durasse pouco —
faria com que o inferno deixasse de ser inferno e Deus
deixasse de ser Deus.
O Castigo e o Prêmio são eternos
Ao meditar sobre a eternidade do inferno, Santo Afonso Maria de Ligório
nos sugere multiplicar todos os milhões de anos em infinitas vezes.
O resultado dessa multiplicação mostraria que o inferno estaria apenas
começando…
Uma coisa é a bondade de Deus, que persegue o pecador para
convertê-lo, afastá-lo do mau caminho, concedendo-lhe graças, dons,
e até mesmo castigos.
convertê-lo, afastá-lo do mau caminho, concedendo-lhe graças, dons,
e até mesmo castigos.
Outra coisa é a bondade e a misericórdia da Igreja, sempre de coração
aberto e mãos estendidas para receber e perdoar o pecador convertido.
Não podemos confundir esse pecador com aquele
que não abandona o seu mau procedimento e morre
empedernido.
Se assim viveu e morreu foi por sua própria culpa.
Escolheu livre e espontaneamente o lugar que se chama inferno.
Deus dá o prêmio aos bons e o castigo aos maus.
Como Deus é eterno, também eternos são o prêmio e o castigo.
Deus deixaria de ser Deus se fosse apenas misericordioso e não desse o
prêmio e o castigo de acordo com as obras.
Deus é misericordioso porque justo.
Esta eternidade é de fé, porque revelada por Deus, e não uma simples
opinião.
“Apartai-vos de Mim malditos para o fogo eterno.Irão estes ao suplício eterno. Pagarão a pena da eterna perdição.Todos serão assolados pelo fogo” (Mt 25, 41. 46; 1Ts1,8; Mc 9,48).
Assim como o sal conserva o alimento, o fogo do inferno atormenta os
condenados, mas ao mesmo tempo tem a propriedade do sal ao
conservar-lhes a vida.
“Ali o fogo consome de tal modo — disse São Bernardo — que conserva
sempre”.
Santo Afonso ensina:
“O poço não fecha a sua boca, porque se fechar
a abertura
em cima, se abrirá em baixo para devorar os
réprobos”.
réprobos”.
Continua ele: “Enquanto vivo, o pecador pode ter alguma esperança, mas,
se a morte o surpreender em pecado, perderá toda esperança” (Pr 11,7).
Se os condenados pudessem ao menos embalar-se em alguma enganosa
ilusão que aliviasse o seu desespero horrível…
Afinal, um infeliz delinquente condenado à prisão perpétua também procura
alívio em seu pesar, na esperança remota de evadir-se e obter assim a
liberdade.
Mas o condenado não pode sequer ter a ilusão de que um dia poderá sair
de sua prisão!
Não, no inferno não há esperança.
O desgraçado réprobo terá sempre diante de si a sentença que o obriga a
gemer perpetuamente nesse cárcere de sofrimentos.
“Uns para a vida eterna, e outros para o opróbrio que terão sempre diante
dos olhos” (Dn 12,2).
Para Santo Afonso, o réprobo não sofre somente a pena de cada instante,
mas sofre a cada instante a pena da eternidade.
Eis o que está escrito no Eclesiastes:
“Quando as nuvens estiverem carregadas, derramarão chuvas sobre a terra.
Se a árvore cair para a parte do meio dia, ou para a do norte, em qualquer
lugar onde cair, ficará” (Ecl. 11, 3).
Tal é a sorte do justo e do pecador: ficará para sempre,
no Céu ou no inferno.
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Fonte: www.abim.inf.br
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