Vigário de Cristo
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Vigário de Cristo (em latim Vicarius Christi) é uma expressão utilizada no cristianismo de
diferentes formas, com conotações teológicas diferentes durante a história. Um vigário é um
servo que representa um superior, administrando a posição detida no lugar do verdadeiro
soberano; sinônimos incluem “representante” ou “enviado”. O título atualmente é utilizado
na Igreja Católica para referir-se aos sacerdotes em geral. No entanto o uso da expressão
é mais associada aos bispos e mais concretamente ao Papa. O catolicismo acredita que
enquanto, os bispos são vigários de Cristo na suas próprias igrejas locais, o Papa é vigário
de Cristo na Igreja Universal.
Durante a história do cristianismo, o título de Vigário de Cristo foi utilizado de
diferentes formas,
com implicações teológicas, pastorais ou temporais diferentes.
Uso para os bispos
O primeiro e o mais antigo registro do conceito de Vigário de Cristo é mencionado na Epístola aos
Magnésios de Santo Inácio, bispo de Antioquia, um aluno do Apóstolo João, provavelmente ordenado
de Deus (...)". Embora Inácio não utilize explicitamente o termo Vigário de Cristo, ele expõe claramente
Cristo. O Concílio Vaticano II, reconfirmou e renovou essa tradição, ensinando que os bispos são
"vigários e embaixadores de Cristo" nas suas próprias dioceses, uma descrição reconfirmada pelo
Papa João Paulo II na encíclica Ut Unum Sint.
Uso para o Espírito Santo
O segundo registro do termo Vigário de Cristo é encontrado nas epístolas de Tertuliano
no século III, com uma diferente conotação teológica, para referir-se ao Espírito Santo, ou seja, enquanto
Cristo não está realizando fisicamente os milagres na Igreja, o Espírito Santo age como seu Vigário em seu
nome, realizando milagres e impedindo que a Igreja erre. Porém esse é o único registro escriturístico do uso
do termo dessa maneira. É desconhecido se esse termo era de uso freqüente na Igreja dos primeiros
séculos ou se foi uma observação pessoal de Tertuliano.
no século III, com uma diferente conotação teológica, para referir-se ao Espírito Santo, ou seja, enquanto
Cristo não está realizando fisicamente os milagres na Igreja, o Espírito Santo age como seu Vigário em seu
nome, realizando milagres e impedindo que a Igreja erre. Porém esse é o único registro escriturístico do uso
do termo dessa maneira. É desconhecido se esse termo era de uso freqüente na Igreja dos primeiros
séculos ou se foi uma observação pessoal de Tertuliano.
Uso para os papas
O primeiro registro de um título que reflete um papel do papa
como "Vigário" consta em uma carta de 445, do Papa Leão I a
Dioscoro de Alexandria, em que designa o Bispo de Roma, como "vigário
terreno dos sucessores de Pedro"; pouco tempo depois, em 495, os decretos
de um sínodo denominam o Papa Gelásio I como "vigário de Cristo".
Nesse caso o título possuí um sentido pastoral, baseado nas palavras de Cristo ao Apóstolo Pedro,
considerado pelo catolicismo o primeiro
Papa, em João 21:16-17, "Apascenta os meus cordeiros...
Apascenta as minhas ovelhas", assim Cristo tornou a Pedro seu vigário
como pastor com a responsabilidade de alimentar seu rebanho (isto é,
a Igreja) em seu próprio lugar.
como "Vigário" consta em uma carta de 445, do Papa Leão I a
Dioscoro de Alexandria, em que designa o Bispo de Roma, como "vigário
terreno dos sucessores de Pedro"; pouco tempo depois, em 495, os decretos
de um sínodo denominam o Papa Gelásio I como "vigário de Cristo".
Nesse caso o título possuí um sentido pastoral, baseado nas palavras de Cristo ao Apóstolo Pedro,
considerado pelo catolicismo o primeiro
Papa, em João 21:16-17, "Apascenta os meus cordeiros...
Apascenta as minhas ovelhas", assim Cristo tornou a Pedro seu vigário
como pastor com a responsabilidade de alimentar seu rebanho (isto é,
a Igreja) em seu próprio lugar.
Não obstante, originalmente na Alta Idade Média
existiam diversas variantes desse título, como “Vigário
de Pedro” (Vicarius Petri), indicando que eles eram os
sucessores de São Pedro, "Vigário do Príncipe dos
Apóstolos" (Vicarius Principis Apostolorum) ou “Vigário
da Sé Apostólica” (Vicarius Soles Apostolica), dentre
outras variantes. O fato de que tanto o título de "Vigário
de Pedro" quanto "Vigário de Cristo" eram utilizados,
pode ser observado pelo fato de que no final do
século VIII, o juramento de fidelidade de São Bonifácio ao
Papa Gregório IIutiliza o primeiro, enquanto algumas décadas
depois, o Papa João VIII (872-82), utiliza o segundo.
Ainda atuamente, o Missal Romano em suas orações para um
papa morto, designa-o de "Vigário de Pedro" . A designação
de Vigário de Cristo para os papas tornou-se de uso regular a
partir do século XIII, devido às reformas empregadas pelo Papa
Inocêncio III, Inocêncio frequentemente apelou para este título
como prerrogativa para nomear os bispos. O Papa Nicolau III
existiam diversas variantes desse título, como “Vigário
de Pedro” (Vicarius Petri), indicando que eles eram os
sucessores de São Pedro, "Vigário do Príncipe dos
Apóstolos" (Vicarius Principis Apostolorum) ou “Vigário
da Sé Apostólica” (Vicarius Soles Apostolica), dentre
outras variantes. O fato de que tanto o título de "Vigário
de Pedro" quanto "Vigário de Cristo" eram utilizados,
pode ser observado pelo fato de que no final do
século VIII, o juramento de fidelidade de São Bonifácio ao
Papa Gregório IIutiliza o primeiro, enquanto algumas décadas
depois, o Papa João VIII (872-82), utiliza o segundo.
Ainda atuamente, o Missal Romano em suas orações para um
papa morto, designa-o de "Vigário de Pedro" . A designação
de Vigário de Cristo para os papas tornou-se de uso regular a
partir do século XIII, devido às reformas empregadas pelo Papa
Inocêncio III, Inocêncio frequentemente apelou para este título
como prerrogativa para nomear os bispos. O Papa Nicolau III
(1277-1280) usou o termo Vigário de Deus (uma referência a
Cristo como Deus) como um título equivalente.
Cristo como Deus) como um título equivalente.
O Concílio de Florença no "Decreto para os Gregos" (1439),
designa o papa como o "verdadeiro Vigário de Cristo", linguagem
repetida pelo Concílio Vaticano I (1870) na famosa constituição
apostólica dogmática "Pastor Aeternus". A edição de 2009 do
Anuário Pontifício, lista-o como o terceiro título oficial dos Papas.
designa o papa como o "verdadeiro Vigário de Cristo", linguagem
repetida pelo Concílio Vaticano I (1870) na famosa constituição
apostólica dogmática "Pastor Aeternus". A edição de 2009 do
Anuário Pontifício, lista-o como o terceiro título oficial dos Papas.
Uso para os sacerdotes em geral
O Concílio de Trento reunido no século XVI, no decreto sobre o sacramento da penitência estabele que (...)
Nosso Senhor Jesus Cristo, antes de sua ascensão aos céus, deixou os sacerdotes como vigários seus
[cf. Mt 16, 19; 18,18; Jo 20,23] ... (emitido na Sessão XIV em 25 de novembro de 1551). Nesse caso em
particular o Concílio ensina que o perdão dos pecados e a renovação da graça nos fiéis pelos sacerdotes só
é possível porque o próprio Cristo os instituiu seus representantes e vigários, alguns dos textos aos quais
usa como justificativa é João 20, 23, em que Jesus diz "Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são
perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos." A Igreja Católica também acredita que todas
as vezes que um sacerdote celebra um sacramento ele age "in Persona Christi", significando que essa ação
não é realizada pela pessoa do padre, mas pela própria pessoa de Cristo, que executa aquela ação, através
do sacerdote.
Uso secular
Outro uso da expressão, com um significado diferente, surgiu também em meados do século V
e foi utilizado ocasionalmente até o IX, sendo empregado para alguns reis e para juízes .
Nas igrejas orientais, na mesma época, o termo foi empregado para referir-se ao imperador
bizantino, denotando o ápice do cesaropapismo. Embora os governantes e autoridades seculares,
não decidiam sobre a doutrina - que era responsabilidade dos bispos , consideravam
que seu papel era manter a adoração apropriada à Deus, assim como a espiritualidade de
seus súditos, e preservar a ortodoxia, assim os governantes agiriam como Vigários de Cristo
em questões de caráter administrativas e temporais.
e foi utilizado ocasionalmente até o IX, sendo empregado para alguns reis e para juízes .
Nas igrejas orientais, na mesma época, o termo foi empregado para referir-se ao imperador
bizantino, denotando o ápice do cesaropapismo. Embora os governantes e autoridades seculares,
não decidiam sobre a doutrina - que era responsabilidade dos bispos , consideravam
que seu papel era manter a adoração apropriada à Deus, assim como a espiritualidade de
seus súditos, e preservar a ortodoxia, assim os governantes agiriam como Vigários de Cristo
em questões de caráter administrativas e temporais.
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